domingo, 15 de novembro de 2009

Assim começo

A Vida agora se abre pra mim, como uma flor; como uma criança. 
Fiquei muito tempo inerte, agora eu vejo as pessoas. Eu amo as pessoas.
Amo o jeito delas andarem, brincarem, falarem, xingarem. 
Eu amo os olhares; todos os dias vejo centenas de olhos: olhos cansados, olhos sonhadores, sapecas, mas são aqueles cansados que me atraem. Por eles eu posso ver uma vida e a falta do véu da ilusão me dizem que eles já sabem. Essas pessoas já perceberam a subjetividade da sua dor, elas já sabem que são únicas, originais e portanto sozinhas. Mas elas ainda querem ser da massa, se unir, se neutralizar dentro do mar de gente. 
Eu sei que a descoberta nós faz solitários, mas Rilke diz que" o amor são duas solidões protegendo-se uma à outra". Faz sentido. Pode ser assim. A infelicidade então vem para quem não vê a impossibilidade de ser substituído.

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